Ricardo Corona (Pato Branco - PR-Brasil, 1962)
El poeta brasileño Ricardo Corona acaba de publicar su último libro"Amphibia" y tendremos la suerte de tenerlo en Madrid el próximo miércoles, 28 de abril de 2010, presentando su poemario y leyéndonos sus poemas.
El evento será en el ámbito de la Tertulia "Rascamán", la tertulia literaria que yo coordino desde hace varios años y que se reúne ahora cada miércoles en el café Ruiz, c/ Ruiz, 11, Madrid (España).
La hora de inicio de la Tertulia y del encuentro será a las18 horas. Hasta las 21 horas.
Ricardo Corona recoge en su libro "Amphibia" dos de sus poemarios: "Cinemaginario" (1999) y "Corpo sutil" (2005).
Viene de presentarlo en Oporto (Portugal) y conociendo de su paso por España estos días le propuse que nos acompañara y nos leyera sus poemas y nos presentara, en fin, su libro.
Como aperitivo os dejo aquí una reseña biobibliográfica y alguno de sus poemas en portugués y también en castellano.
Está tomada de la web Portal de Poesía Iberoamerica, del poeta Antonio Miranda.
La reseña está en portugués pero confío en que no tendréis dificultad en entender el texto.
RICARDO CORONA
Ricardo Corona (Pato Branco - PR, 1962) graduou-se em Comunicação em 1987 (Febasp). Iniciou atividade poética no início dos anos 1980, publicando seus poemas em revistas e jornais literários. Em 1998, organizou a antologia de poesia Outras praias / Other Shores (Iluminuras) . Criou em parceria com a artista plástica Eliana Borges as revistas de poesia e arte Medusa (1998-2000) e Oroboro (2004-2006). Em 1999, publicou Cinemaginário (Iluminuras) , seu primeiro livro individual, com repertório de poemas imagéticos e de intenso diálogo com o cinema. De 1993 a 1996, apresentou várias performances poéticas criadas em parceria com Eliana Borges e iniciou pesquisa que aproximou a poesia do universo do som, mesclando referências que vão da poesia da música brasileira às experiências sonoras de vanguarda e que serão determinantes no seu disco Ladrão de fogo (Medusa, 2001). Em 2003, em parceria com Eliana Borges, publicou Tortografia (Iluminuras) , um livro de arte com desdobramentos da poesia para o universo das artes plásticas e destas para o campo poético. De 2005 a 2007, percorreu o país com a apresentação de poesia falada e sonorizada Távivaaletra. Em 2005, com Joca Wolff, traduziu o livro-poema aA Momento de simetria (Medusa, 2005), de Arturo Carrera e nesse ano publicou Corpo sutil (Iluminuras) . Em 2007, criou com Eliana Borges a performance Jolifanto.
Participações: Antologia comentada da poesia brasileira do século 21 (PubliFolha, SP, 2006, Org. Manuel da Costa Pinto); Papertiger: new world poetry (Austrália, 2004); Cities of chance: new poetry from the United States and Brazil (Ed. Rattapallax Press e 34, EUA, 2003, Org. Flávia Rocha e Edwin Torres); Pindorama – 30 poetas de Brasil (Revista Tse-Tsé, Argentina, 2000, Org. Reynaldo Jiménez); Na Virada do Século – Poesia de invenção no Brasil (Ed. Landy, SP, 2002, Org. Cláudio Daniel e Frederico Barbosa) e Passagens – Antologia de poetas contemporâneos do Paraná (Ed. IOP, 2002, Org. Ademir Demarchi). Tem parcerias musicais com Vitor Ramil, Ana Lee, Tiago Menegassi, Guêgo Favetti, Carlos Machado, Alexandre Nero, Neuza Pinheiro e Grace Torres.
TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL
Cinemaginario
(SP, Editora Iluminuras, 1999)
VENTOS E UMA ALUCINAÇÃO
1.
sol tórrido no
aljazar
(lascas de zinco refletindo)
sol batendo
no sal
2
das costas
do homem na barcaça
— e deu-se a estampa
(um sopro quente passa)
um caligrama na asa
do anjo
aprendiz da chuva
3.
rubricando, rebatendo
no arco-íris riso
da híbrida holografia
(do solo sobe um hálito quente)
espumas ainda agonizam
e novamente
o mar traz à margem sua franja
4.
atrás das pálpebras
o olho dá forma ao sol
: bola vermelha
(um vento mantra passa)
a íris fosforesce
aureolando as pupilas em brasa
5.
no cine Céu
a sessão inicia pelo fim
(o rubro horizonte nubla de repente)
barbatanas no céu anfíbio
guelras no céu íntimo
6.
hojes mais longínquos
lembram
ontens ancestrais
(um peixe roça a pele da pedra)
há uma escritura definitiva
nas estrelas
sílabas
7.
: a gula de luz
de uma galáxia canibal
(a lua finge mas já reflete sóis)
Anos-luz daqui
Andrômeda é a esfinge
da via-láctea
1.
sol tórrido no
aljazar
(lascas de zinco refletindo)
sol batendo
no sal
2
das costas
do homem na barcaça
— e deu-se a estampa
(um sopro quente passa)
um caligrama na asa
do anjo
aprendiz da chuva
3.
rubricando, rebatendo
no arco-íris riso
da híbrida holografia
(do solo sobe um hálito quente)
espumas ainda agonizam
e novamente
o mar traz à margem sua franja
4.
atrás das pálpebras
o olho dá forma ao sol
: bola vermelha
(um vento mantra passa)
a íris fosforesce
aureolando as pupilas em brasa
5.
no cine Céu
a sessão inicia pelo fim
(o rubro horizonte nubla de repente)
barbatanas no céu anfíbio
guelras no céu íntimo
6.
hojes mais longínquos
lembram
ontens ancestrais
(um peixe roça a pele da pedra)
há uma escritura definitiva
nas estrelas
sílabas
7.
: a gula de luz
de uma galáxia canibal
(a lua finge mas já reflete sóis)
Anos-luz daqui
Andrômeda é a esfinge
da via-láctea
ONDAS NA LUA CHEIA
(poema sob influência)
(poema sob influência)
A lua que tudo assiste
agora incide
O mar
— sob efeito —
ergue-se
crispado de ondas espumantes
Sua língua de sal
lambe e provoca
as escrituras da areia firme
Ondas deslizantes
redesenham
onde outras ondas ainda
desredesenharã o,
fluindo
no fluxo
da influência
Sob efeito lunar
o mar muda
e a lua,
antes toda,
agora, mínima
agora incide
O mar
— sob efeito —
ergue-se
crispado de ondas espumantes
Sua língua de sal
lambe e provoca
as escrituras da areia firme
Ondas deslizantes
redesenham
onde outras ondas ainda
desredesenharã
fluindo
no fluxo
da influência
Sob efeito lunar
o mar muda
e a lua,
antes toda,
agora, mínima
(
e quem com ela muda?)
PAISAGEM NARCISISTA
Estando sempre à luz do sol,
a paisagem, narcisista, insiste.
E viciada em flashes e ohs!
de turistas, banhistas e surfistas.
Sendo ela que o sol eternamente assiste,
a paisagem, narcisista, insiste,
retendo estampas na retina, como se
somente a sua performance existisse.
Mas nela meu olhar não se detém,
nenhum clic, espanto, nada.
*
via láctea via língua
eis minha viagem
o quasar mais além
vai estar quase ali
o planeta terra
pingo no meu i
ponto na frase que se encerra
*
eis minha viagem
o quasar mais além
vai estar quase ali
o planeta terra
pingo no meu i
ponto na frase que se encerra
*
a chuva desce
pelo cheiro
a terra agradece
pelo cheiro
a terra agradece
===================== ========= ========= ========= ========= ========= == TAMBOR
ouvido atento, coladosom lusitano, lentomeu cérebro no centro de Stambul(de um lado, ferasdo outro,heras)
o giro incerto mastiga o ruídometal ruimde um lado da estampa,azuldo outro,
coisas grudam na agulhana ferrugemna pane do som letal
de um lado, folhascaempétalas
do mesmo ladovão vira crisálidaborboletas-bombacoração tam-bortamtambor tamtamtam-bor tamtamtamborTAM
ENTRE
‘bientôt un espace’
quer dizer
‘em breve um espaço’
bonito isso
na raridade que é
esta manhã
na qual aspiro
ao desconhecido
decolo ao
meu labirinto
no pulso de todos os tempos
entre
‘bientôt un espace’
e a menina com narina balalaica
TEXTOS EM ESPAÑOL
Cinemaginario
(SP, Editora Iluminuras, 1999)
Traducción de Reynaldo Jiménes
VIENTOS Y UNA ALUCINACIÓN
1.
sol tórrido en el
aljajar
(astillas de zinc reflejando)
sol batiendo
en la sal
2.
de las costas
del hombre en la barcaza
— y dióse a la estampa
(un soplo caliente pasa)
un caligrama en el ala
del ángel
aprendiz de la lluvia
3.
rubricando, rebatiendo
en el arco-íris risa
de la híbrida holografía
(del solo sube un hálito caliente)
espumas aún agonizan
y nuevamente
el mar trae al margen su franja
4.
atrás de los párpados
el ojo da forma al sol
: bola bermeja
(un viento mantra pasa)
el iris fosforece
aureolando las pupilas en brasa
5.
en el cine Cielo
la sesión inicia por el fin
(el rojo horizonte nubla de repente)
aletas en el cielo anfibio
branquias en el cielo íntimo
6.
ahoras más distantes
recuerdan
ayeres ancestrales
(un pez roza la piel de la piedra)
hay una escritura definitiva
en las estrellas
sílabas
7.
: la gula de luz
de una galáxia caníbal
(la luna finge pero ya refleja soles)
a años-luz de aquí
Andrómeda es la esfinge
de la vía-láctea
ONDAS EN LA LUNA LLENA
(poema bajo influencia)
La luna que todo asiste
ahora incide
El mar
— bajo efecto —
se yergue
crispado de ondas espumantes
Su lengua de sal
lame y provoca
las escrituras de la arena firme
Ondas deslizantes
redibujan
donde otras ondas aún
desredibujará n,
fluyendo
en el flujo
de la influencia
Bajo efecto lunar,
el mar muda
y la luna,
antes toda,
ahora, mínima
(
¿y quién con ella muda?)
PAISAJE NARCISISTA
Estando siempre a la luz del sol,
el paisaje, narcisista, insiste.
¡Y viciada en flashes y ohs!
se entrega al flirt
de turistas, bañistas y surfistas.
Siendo que el sol eternamente lo asiste,
el paisaje, narcisista, insiste,
reteniendo estampas en la retina, como si
solamente su performance existiese.
Mas en él mi mirar no se detiene,
ningún clic, espanto, nada.
La memoria ahora está más allá,
ni la más linda imagen queda guardada.
Yo, de pasaje y el paisaje, de paisaje.
En mí incide lo que está después del paisaje:
oasis, Iemanjá, sirena, espejismo.
TUNGUSO-MANCHURIANA
el bailarín rojo
exhibe cuernos azules llama
para el círculo
el chamán enciende
el gran ojo de la tribu
El ojo mira ajeno
dentro de la ostra fea.
Descubre tu brillo
a la vista perla.
CUANDO INSURJAS DE LOS REFLECTORES DE LA RAZÓN
Cuando insurjas de los reflectores de la razón, Ah
yo estaré aquí
dientes a la vista , sueltos sueños
, y cuando abras las compuertas,
ten coraje
que en la borra de los bordes
haremos un pacto
: dona tus monedas de luz (
también las cápsulas alopáticas)
y monta al leopardo.
Tendrás el Acaso y los sentidos imprevisibles alocados
que fecundan los jardines
de la imaginación.
NACEN FLORES CON EL TIEMPO
To create a little flower is the labour of ages
WILLIAM BLAKE
sentir, yo sé, tiene su precio
dolores placeres amores
nunca yerran mi dirección
la vida me quiere sintiendo
a flor de piel desde el comienzo
sentir, yo sentiré hasta el fin
nacen flores con el tiempo
flores en el vaso es con ustedes
yo voy a regar un jardín
MISS TEMPESTAD
Miss Tempestad no tiene tiempo
El ceniza avanza sobre el azul
Hieroglifos eléctricos rayan el cielo
Escribe, Miss Tempestad
Que ese día blanco es tuyo
Despéñate sobre ese vacío
Rellena el silencio de Dios
#
Escribe, Miss Tempestad
No contemporices tu intensidad
tener el alma durando en el tiempo
durando como duran las dunas
los dolores llevados por el viento
ningún dolor durando entero
como las piedras duras
un día despiertan dunas
MESES IMPARES DE UN AÑO PAR
meses impares
de un año par
que pasó
duele recordar
aquellos días
en seguida
treinta y un días
clavados
en lo impar
en la overdose de los doce
esos son
los meses no
meses contados
en hueso de puño
de un año par
que pasó
POLITIKÓS
Tan idóneo,
llega a ser indoloro.
Tan transparente,
llega a ser incoloro.
gracias pelo carinho Javier. Jà, jà nos vemos. abraco, ricardo
ResponderEliminarNo quiero que se me olvide. Feliz cumplaños cuñadito. Besos. Teresa
ResponderEliminarEste comentario ha sido eliminado por el autor.
ResponderEliminarEstimado Javier, un fuerte abrazo lo primero. Y qué suerte tener, al menos desde la lejanía, acceso a esta maravilla que es la poesía. Y muy buena la de Ricardo Corona. Te adjunto breve poema en los que estoy, cuando el resto de obligaciones me lo permite, trabajando.
ResponderEliminarluz
intransitable
el aire
cayéndose
a pedazos
golpeado
con violencia
por un dios
innombrable